Mês passado, fui ao mercado. Ao chegar nele, me conectei ao wi-fi e entrei no app do auxílio.
O governo recriou as filas imensas das agências da Caixa, dentro do aplicativo. E criou a situação que a cada compra pelo debito é necessário acessar o app e gerar um novo código de segurança do cartão.
Segui a lista de compra pelas gondolas, me atentando ao valor total. Busquei o menor preço de tudo e que a quantidade de produtos não ultrapassasse o que eu conseguisse carregar na mochila e na sacola de compras.
Finalizei a compra e fui para os caixas lotados e aglomerados. Na minha vez, avisei a operadora de caixa sobre o pagamento no auxílio e peguei o celular para ver quanto tempo faltava para sair da fila. A contagem tinha sido reiniciada e agora faltava 50 minutos.
Estava criado o impasse. A compra já estava na mochila e não havia outra forma de o supermercado receber o pagamento. Havia uma fila enorme aguardando sua vez para passar sua compra.
Então eu cedi. Envergonhado pelo embaraço e pelo tempo perdido de todos ali, comecei a devolver a compra que estava na mochila de volta no carrinho que a moça providenciou para ajudar.
Eu me sentia humilhado. Humilhado, por todas aquelas pessoas que me julgavam da fila. Humilhado, por não poder comprar o básico, por conta da burocracia estupida. Humilhado por depender do governo. Pensei em quantos outros humilhados e mais desfavorecidos que eu, haviam por aí.
Saí do supermercado de mochila vazia e estomago cheio de fome.
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