Incas versus Espanhóis

incas

Era domingo e após a leitura dos jornais, pensa em um vinho. A campainha toca. Vai à porta e estranha a visita pelo olho de gato. Resolve abrir só a trinco. Pois, não? Olá Seu Humberto, tudo bem? Sim, está tudo bem. Silêncio.

O que você quer? Quero conversar com o senhor e trouxe um bom vinho. A garrafa brilha no corredor do segundo andar. A visita é estranha e o pedido mais estranho ainda, pensa. Não se recusa um Pinot Noir, nem de um estranho. Os ferrolhos se mexem e a porta abre.

Heitor o cumprimenta. Caminham até a sala. Você é policial? — questiona seu Humberto. Não sou legista. Se me permite seu Humberto, preciso te contar algo. Fiz a autopsia de Dona Cândida, sua vizinha e achei essa chave com ela. No dia que busquei os documentos no apartamento, achei um bau que essa chave servia. Lá tinha uma foto com nome Dimitri.

Achei estranho, pois, meu pai verdadeiro também se chamava Dimitri, porém, não o conheci. Eu não conheci nem meu pai e nem minha mãe. Segundo sei, eles morreram jovens. Quando eu vi a foto senti alguma coisa estranha. O senhor sabe algo sobre o Dimitri?

Seu Humberto coça a barba branca. Você sabe jogar xadrez? Sim, por quê? Por que faz tempo que não eu jogo e esse Pinot Noir é um ótimo acompanhamento. Monte o tabuleiro na varanda enquanto busco as taças, diz apontando para a caixa.

Heitor abre a caixa e estranha as peças. Seu Humberto volta com as taças. O que acontece? Estranhou as peças? Sim são diferentes. Abra o vinho, enquanto monto o tabuleiro. É um xadrez, só que ao invés de peças brancas e pretas você tem incas versus espanhóis.

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