Entro no Facebook e ele me pergunta se ainda estou na área afetada pelo desabamento. Como eu poderia me marcar seguro, não estou debaixo daqueles escombros, porém moro a 36 km do desabamento e tão pouco estou na situação de sem teto.
Em 2014 me lembro de fazer uma visita a um dos prédios ocupados no centro, a Ocupação Marconi. Eu nunca tinha tomado conhecimento do assunto até aquela visita.
Ali as pessoas trabalhavam e como em um condomínio havia serviço de zeladoria, portaria e outros itens conquistados para a comunidade, como uma creche. Claro, sem verba faziam o que dinheiro arrecadado entre eles permitia fazer. Conversei com a líder da Ocupação que deu um panorama sobre o Movimento de Ocupação no centro de São Paulo.
A quantidade de prédios desocupados no centro é grande. A ideia das ocupações era arrumar um abrigo para aquele que não tinha condições de adquirir pelo método comum da classe média (infinitas prestações para quem não consegue um emprego fixo é quase que impossível de se conseguir) e reverter a logica de empurrar cada vez mais as pessoas para a regiões periféricas e faze-las transitar por horas para chegar aos seus trabalhos, ali mesmo no centro.
Claro que o assunto não é simples como eu estou expondo, requer um debate como sociedade sobre o assunto e não de maneira simplista, como ocorre com as gentrificações, em que se expulsa um baixo nível sócio-econômico de um bairro para a chegada de nível social com maior poder aquisitivo. Isso é claro, só descoloca o problema social para outro bairro.
Porém independente do debate social que o tema pede, hoje temos parar e amparar a esses, que são desamparados todos os dias pela sociedade que temos.
Deixo um vídeo para entender o assunto: