Ali, sempre foi tão fácil esconder meus segredos. Na juventude pegava o Jipe escondido do pai. Seguia pela trilha, na escuridão, até a praia dos Castelhanos. Apagava os faróis e dormia com o teto de estrelas no firmamento.

Pela manhã, o sol nascia e lambia meu rosto. Acordava e mergulhava atrás dos naufrágios. Tudo corria calmo naqueles dias. Dói, saber que a pureza de outrora se perdeu. O hoje, é um latido infinito de um filho da puta de um chihuahua.

Não pensei duas vezes, ali seria o melhor lugar para você. Metódico que sou, pensei em tudo. Uma dose, daquelas que derrubam elefante. Mar aberto, para te levar até sua cama da eternidade. Enquanto eu poderia relembrar como era dormir antigamente.

Nunca imaginei que te veria pela manhã, latindo na praia. Quem diria que Iemanjá iria me fazer essa desfeita?