Poemas

Carro J462

Já são 4 da tarde
62 passageiros sentados
outros 200 agarrados à própria sorte

No balanço, desigualdades
idosos de pé
jovens sentados
olham para o próprio pés

Rostos cansados
mochilhas surradas
sovacos suados
roupas esgarçadas

um olhar sem esperança
túnel sem luz
tu tu tu tu tu
next station
Consolação é o que resta

Fim de tarde
Aglomerado e vazio
Linha verde-cimento
do metrô.

Vlad

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Vlad
Tags: poesia

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