Quando criança eu queria ser escritor. Adorava inventar histórias durante o banho e criava roteiros para quadrinhos e rpg.
A pobreza e a aspereza da realidade, me vez abandonar os devaneios juvenis de ser escritor. Perdi minha mãe cedo e logo depois tive que seguir para uma carreira de peão em locais insalubres e com pessoas hostis. Porém, nunca deixei de ler (hoje tenho uma biblioteca de aproximadamente 1500 livros).
Em 2015, topei com os Cadernos de Albert Camus e pude entender como funcionava seu processo criativo. Vi que eu fazia algo parecido. Desde então, mantenho um caderno criativo sempre a mão.
Também nesse ano comecei a me dedicar a escrita de haikus que sempre me fascinaram. No ano seguinte fui a Espanha fazer a peregrinação do Caminho de Santiago e ali decidi que escreveria um livro dessa viagem.
Após a viagem, deixei o emprego e comecei uma transição para uma nova carreira. Decidi que ser escritor faria parte dessa nova etapa da minha vida.
Em 2018 passei a participar de oficinas de escritas e de grupos que escritores. Passei a me dedicar a escrita das crônicas das viagem e de contos e dei início num curso de pintura em tela, que há muitos anos eu desejava.
No início da primavera decidi fazer uma pausa na transição de carreira, para uma viagem sabática, o que me levou ao sudeste asiático.
Após o Ano Novo Chinês, regressei para casa com a bagagem cheia de histórias, cores, cheiros, sons, desenhos e aquarelas. Decidi que a escrita e a pintura, fizessem parte da minha rotina diária.
Mesmo tendo retomado depois dos 35 anos o meu contato com a arte, isso não me entristece, pois, sei que tenho mais 65 anos para concluir minha obra, sim vou morrer dormindo depois dos cem anos!!!
Então mão as teclas.