Sorriso

Nunca a vi mais loira ou mais morena, nem mais gorda ou mais magra. Tão nunca mais alta ou baixa, nem mais feia ou mais bela.

Simplesmente a vi ali, na calçada a caminhar. Vinha em minha direção, quando simplesmente ergui meu braço e guiei sua boca a minha, como em cena de cinema.

Naquele momento a paro em pleno ar. Tomada numa balbúrdia de sentimentos, ela ia de medo e susto, a surpresa e alegria. Seu coração se encheu brevemente de vida.

Quando a soltei, aquele momento se eternizou pela raiva. A sua mão golpeou minha face, tal qual servente quebra a parede ou o padeiro sova a massa. O sorriso da ida se tornou os xingamentos da volta.

Vlad

Published by
Vlad
Tags: prosa

Recent Posts

Carro J462

Já são 4 da tarde62 passageiros sentadosoutros 200 agarrados à própria sorte No balanço, desigualdadesidosos…

5 anos ago

Maçã e canela

Mate o Leão do dia após o chá.

5 anos ago

Sarau Literatura Nossa – 2020

Video da minha participação na gravação do Sarau Literatura Nossa que foi ao ar dia…

5 anos ago

Ponto de Vista – Miniconto

Eles tinham uma inclinação para pontos de vista diferentes.

5 anos ago

Finados

Feriado para lembrar de quem já esquecemosQuando se levam flores nunca dadasQuando se falam palavras…

5 anos ago

A voz

Escuto vozes em minha mente de coisas que aconteceram antigamente Escuto vozes nas ruas com…

5 anos ago

This website uses cookies.